Num aposento os seus movimentos
rompem o silêncio que o sono tem
Abriu as janelas para a praça deserta
um luar prateado e uma noite serena
Viu uma morena de cabelos trançados
no banco sentada de pernas cruzadas
Vestiu uma roupa passada e cheirosa
desceu as escadas e não viu ninguém
Ouviu um apito e olhou à distância
vendo a morena embarcando no trem
Nesse momento assustado e atento
escutou uma voz vinda do além
Em gargalhadas lhe diz que a morena
é um'alma penada a procura de alguém
Diz-lhe também: - Vai deitar seu moço,
ore um "Pai Nosso" que o sono "já vem"
Saiu disparado tropeçando às escadas
com a calça molhada e borrada também
Trancou bem a porta, fechou as janelas
de luzes acesas, deitou-se na cama
Sem tirar as roupas, cubriu a cabeça
com dois travesseiros e um cobertor
Ainda temendo pela voz do além
tremendo nem orou o "Pai Nosso",
falou bem baixinho: -"Cruz Credo"!!!
e gritou um: - Amém !!!
Men@
®