ESCRAVO DA LIBERDADE

Aos poetas e poetisas
 

Bom seria se ao menos tivesse
sono normal e acordasse na hora certa
se não indiscretas as vontades sua
tendo uma vida natural e discreta
inspiração que por palavras se liberta
em versos e prosas na poesia que oferta

Tem casa completa e mora na rua
cama macia e dorme na praça
ouvindo na noite o mar cortejar a lua
olhando ao céu as estrelas com graça
desfilando seus brilhos apaixonado
sem perceber que o tempo passa

O dia amanhece e o sol se levanta
ele o cumprimenta regando uma planta
vai ao jardim conversar com as flores
bebe os perfumes pra curar suas dores
os pássaros cantam e su'alma acalanta
já embriagada falando de amores

Se põe caminhar entre vales e montes
se banha em nudez no véu da cascata
sua sede sacia numa bica de fonte
bom ar respira nas sombras da mata
a montanha escala como um errante
para vislumbrar a luz no horizonte

Se admira com a mãe natureza
em toda beleza da fauna e da flora
sua boca adoça com um fruto silvestre
a camisa que veste se tinge de amora
dalí se lança para um vôo celeste
falando às nuvens brincando com astros

No mar do universo sonha colorido
ser galã de cowboy mocinho e bandido
salvando a princesa num cavalo alado
seu príncipe sendo por ela encantado
como um trovador faz mil serenatas
de roupas molhadas por mães ingratas

Dança na chuva com a gota de orvalho
se diz um Valete pra Dama do baralho
aposta na sorte  sem que o Rei perceba
o ÁS e o Coringa que esconde na manga
com sua magia um papel se faz pista
e a sua caneta uma bailarina

Acorda do sonho para realidade
e sempre agradece pela felicidade
que lhe traz o dom por Deus concebido
de saber amar em qualquer idade
podendo até ser confundido
por ser um "escravo da liberdade"


Men@
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