VOLTAR

Vê luzes que ao longe
vão marcando sua volta
As mesmas que iluminaram
com seus pálidos reflexos
longas horas de amor

Ainda que não queira
regressar sempre se volta
a velha rua onde ecoa a lembrança
"Tua é sua vida, teu é seu querer"
sob o olhar zombador das estrelas

A indiferença da cabeça vagando
sob as neves do tempo
que pratearam seus cabelos
Sentindo que é um sopro a vida
e que vinte anos não é nada

Que é febril o olhar perdido
nas sombras a procura do tempo
Viver com o alma cercada
por uma doce recordação
que chora outra vez

Tem medo do encontro
com o passado que volta
a enfrentar-se com a vida
Tem medo das noites
que povoadas de recordações
encadeiam seu sonhar

Mas o viajante que foge
tarde ou cedo detém seu andar
ainda que o esquecimento, que tudo destrói,
tenha matado sua velha ilusão
Guarda escondida a esperança humilde
que é toda a fortuna de seu coração

Men@
®